2007-09-15

(parêntises)

Balleteatro, Porto.
03 a 07 Setembro
Cristiana + Chiocca



Fase de apresentações entre nós. Conversar, analisar materiais que se integram no projecto, passar 6h diárias uma com a outra, num trabalho contínuo de cumplicidade, observação, partilha, análise, registo; em 2 palavras: EM PROCESSO.

Estamos em processo. Estamos sempre em processo. Mas como se activa este estar em processo? O contexto determina que o processo criativo só é mais (ou diferente) de qualquer outro processo porque nos impele a estar a ver esse processo a acontecer no momento em que está a ocorrer; é por isso, um metaprocesso. Tentamos observá-lo com o objectivo de o "ler", de lhe dar sentido. Estar em processo criativo é estar a ver o processo a revelar-se, é emprestar o nosso olhar às coisas para que as coisas digam de si e daí resulte um fazer artístico, que será assim, fazer alguma coisa com aquilo que o processo nos dá.

O que procuro neste projecto é estar a fazer com regularidade algo do processo, criar com as ideias, os materiais, o registo documental das acções. A ideia de colecção (de ideias, de materiais, de documentos) não me interessa per si se se resumir ao catálogo. Eu não sou o meu CV, a minha imagem, a lista de tarefas quotidianas que desempenho, o conjunto de pensamentos que me passam diariamente pela cabeça. Eu sou isso tudo, mas sou mais do que isso. O mais vem da experiência de viver isso, da responsabilidade de perceber o que faço e como faço isso...

É isso! O que me interessa é a experiência, é viver, é apresentar cada dia com os respectivos protagonistas.

A falta de regularidade de mensagens neste blog relaciona-se, em parte (a outra é mesmo falta de tempo e desleixo pessoal) com a ideia de querer que cada mensagem seja em si a apresentação de um resultado, de um produto. E o desejo também de que cada produto espelhe e transmita tudo aquilo que foi relevante no processo; que haja honestidade na transformação de uma coisa na outra.

O problema é que facilmente facilitamos quanto às regras que nos auto-impomos! Vou tentar encher este blog de criações processuais.

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